Comparação dos Desfechos Clínicos e Funcionais de Pacientes Transplantados Pulmonares em Relação ao Uso de Membrana de Oxigenação Extracorpórea

Autores

  • Iuri Dalla Vecchia Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Clínica Cirúrgica – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0009-0005-6427-5681
  • Mariana Zirkel Andriotti Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0009-0004-6826-5942
  • Gracieli Nadalon Deponti Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Serviço de Fisioterapia – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5896-6703
  • Fábio Cangeri Di Naso Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Clínica Cirúrgica – Porto Alegre (RS) – Brasil | Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5306-5743

Palavras-chave:

Transplante Pulmonar, Membrana de Oxigenação Extracorpórea, Fisioterapia, Reabilitação, Mobilização Precoce, Terapia intensiva

Resumo

Objetivos:  Comparar os desfechos clínicos e funcionais entre pacientes transplantados pulmonares que utilizaram membrana de oxigenação extracorpórea [extracorporeal membrane oxygenation (ECMO)] intra e/ou pós-operatório e aqueles que não utilizaram. Métodos:  Estudo de coorte retrospectivo. Foram coletados dados pré- e pós-transplante pulmonar do período de 2009 a setembro de 2023. Foram considerados os desfechos clínicos: tempo em ventilação mecânica invasiva (VMI), tempo de internação no centro de terapia intensiva (CTI) e hospitalar e a ocorrência de óbito na internação. Foram considerados os desfechos funcionais: tempo para realização de sedestação à beira do leito e para treino de marcha, mobilidade corporal na alta do CTI medido pela ICU Mobility Scale (IMS) e diferença no desempenho funcional medido pelo teste da caminhada de 6 minutos (TC6M). Resultados:  Foram realizados 73 transplantes, dos quais 43,8% utilizaram ECMO. Não houve diferença no tempo em VMI, tempo de internação no CTI e hospitalar. A ocorrência de óbito foi de 43,8% (grupo ECMO) e 17,1% (grupo sem ECMO) (p = 0,019). O grupo ECMO demorou mais para realizar a sedestação à beira do leito e iniciar o treino de marcha (mediana de 5 e 7 dias, respectivamente) e o grupo sem ECMO (mediana de 2 e 3 dias, respectivamente) (p < 0,001 e p = 0,004). No entanto, não houve diferença na mobilidade corporal na alta do CTI e no desempenho no TC6M predito no pós-alta hospitalar. Conclusão:  Apesar da associação de utilização de ECMO com barreiras clínicas e estruturais para mobilização do paciente crítico, a reabilitação funcional foi possível e semelhante aos pacientes que não utilizaram ECMO.

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Publicado

2025-06-09

Como Citar

1.
Vecchia ID, Andriotti MZ, Deponti GN, Naso FCD. Comparação dos Desfechos Clínicos e Funcionais de Pacientes Transplantados Pulmonares em Relação ao Uso de Membrana de Oxigenação Extracorpórea. bjt [Internet]. 9º de junho de 2025 [citado 18º de junho de 2025];28. Disponível em: https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/685

Edição

Seção

Artigo Original