TROMBOSE VENOSA PORTAL EM TRANSPLANTAÇÃO HEPÁTICA – NOSSOS RESULTADOS E TÉCNICA CIRÚRGICA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v24i1.6Palabras clave:
Trombose Venosa, Transplante de Fígado, Veia PortaResumen
Introdução: Transplante de fígado ainda é um desafio cirúrgico, principalmente nos casos de trombose da veia porta. Enquanto alguns doentes em lista para transplante hepático são diagnosticados com essa condição no pré-operatório, outros são detetados durante a cirurgia de transplante. Dependendo da extensão da trombose, existem várias técnicas de revascularização portal. No entanto, os resultados estão longe de serem os desejáveis. Objetivos: O objetivo deste artigo é relatar nossa experiência na abordagem da trombose portal no transplante hepático e descrever técnicas cirúrgicas alternativas para a trombose de grau III. Material e métodos: Avaliamos 70 recetores de transplante de fígado com trombose da veia porta submetidos a transplante entre dezembro de 2009 e agosto de 2018. Nesse período, 847 transplantes de fígado foram realizados. Avaliamos a técnica cirúrgica, o pós-operatório, recorrência da trombose portal e a sobrevida. Resultados: A incidência de trombose da veia porta em pacientes transplantados nesse período foi de 8%. Metade dos doentes foi diagnosticada durante a cirurgia, embora 89% tenham realizado doppler ou tomografia computadorizada com contraste endovenoso nos 3 meses anteriores ao transplante. A maioria, 40%, apresentava trombose de grau I e 21% apresentava trombose de grau III, de acordo com a classificação de Yerdel. 87% foram submetidos a trombectomia e anastomose portal direta. Os restantes exigiram o uso de outras técnicas cirúrgicas que incluíam reconstrução com enxerto venoso, nomeadamente, o enxerto "em Y cavo-ilíaco". Conclusão: A trombose venosa portal é subdiagnosticada; no entanto, não é mais considerada uma contraindicação para transplante. Existem técnicas alternativas para responder a casos com trombose mais extensa da veia porta.