Análise do Registro Brasileiro de Transplantes 2024

Gustavo Fenandes Ferreira; Luciana Bertocco de Paiva Haddad; Luis Gustavo Modelli de Andrade; Tainá Veras de Sandes-Freitas; Roberto Ceratti Manfro; Fernando Antibas Atik; Valter Duro Garcia

Autores

Gustavo Fenandes Ferreira Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora – Unidade de Transplante – Juiz de Fora (MG) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0036-0298
Luciana Bertocco de Paiva Haddad Universidade de São Paulo – Hospital das Clínicas – São Paulo (SP) – Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0202-9037
Luis Gustavo Modelli de Andrade Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Medicina – Departamento de Medicina Interna – São Paulo (SP) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0230-0766
Tainá Veras de Sandes-Freitas Universidade Federal do Ceará – Faculdade de Medicina – Departamento de Medicina Clínica – Fortaleza (CE) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4435-0614
Roberto Ceratti Manfro Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Hospital de Clínicas de Porto Alegre – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0000-0001-8324-3734
Fernando Antibas Atik Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal – Brasília (DF) – Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3394-9493
Valter Duro Garcia Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre – Porto Alegre (RS) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7394-1501

Palavras-chave:

Transplante de Órgãos, Doação de Órgãos, Sistemas de Registros, Brasil, Políticas de Saúde

Resumo

Objetivos: Descrever e analisar os dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) de 2024, comparando-os com anos anteriores e com as metas projetadas, além de avaliar a posição do Brasil no cenário mundial de transplantes. Métodos: Análise descritiva dos dados do RBT de 2024, publicado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com foco nas taxas de doação, transplantes realizados por tipo de órgão, distribuição regional e comparações internacionais. Resultados: Em 2024, o Brasil realizou 26.509 transplantes, incluindo 6.297 renais, 2.449 hepáticos, 440 cardíacos, 93 pulmonares, 141 de pâncreas e 17.089 de córneas. Houve aumento no número absoluto de todos os tipos de transplantes em relação a 2023, porém as taxas por milhão de população (pmp) ficaram abaixo das metas projetadas. A taxa de notificação de potenciais doadores (71,0 pmp) atingiu a meta prevista, mas a taxa de efetivação da doação (27%) ficou abaixo do esperado (30%), principalmente devido à elevada recusa familiar (46%). O Brasil ocupa o quarto lugar mundial em número absoluto de transplantes renais e hepáticos, mas posições intermediárias quando analisadas as taxas pmp. Persistem disparidades regionais significativas, com a região Sul liderando diversos indicadores. Conclusão: O sistema brasileiro de transplantes demonstra resiliência, mas ainda enfrenta desafios para atingir as metas projetadas. A elevada taxa de recusa familiar e as disparidades regionais representam os principais obstáculos a serem superados. Recomenda-se intensificar as campanhas de conscientização, aprimorar o processo de acolhimento familiar, fortalecer as Organizações de Procura de Órgãos e coordenações hospitalares de transplante, aumentar a taxa de utilização dos órgãos doados e implementar políticas específicas para redução das disparidades regionais.

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