Prevalência de Sintomas Miccionais e Fatores Preditivos em Transplantados Renais em um Centro Transplantador Brasileiro

Autores

Palavras-chave:

Transplante de Órgãos, Transplante de Rim, Micção, Bexiga urinária hiperativa, Incontinência Urinária

Resumo

Objetivos: Identificar relações entre escores de sintomas miccionais e variáveis relacionadas ao transplante. Métodos: Estudo observacional, transversal e analítico no qual o conjunto dos pacientes submetidos a transplante renal no estado de Rondônia, Brasil, foi avaliado por meio de entrevistas e análise de registros quanto a seu perfil clínico-demográfico e aos sinais e sintomas de disfunção miccional. Qui-quadrado, analysis of variance (ANOVA) e regressão linear multivariada foram utilizados para estabelecer possíveis correlações. Resultados: Abordaram-se 81,87% dos pacientes (n = 122). Os sintomas mais frequentes foram aumento da frequência (68,2%) e noctúria (97,6%). O teste ANOVA demonstrou relação entre a idade e o International Consultation on Incontinence Questionnaire (ICIQ) (Questionário Internacional de Consulta sobre Incontinência) (p = 0,014), etilismo e o Overactive Bladder Questionnaire (OAB-V8) (Question.rio de Avaliação da Bexiga Hiperativa) (p = 0,001), esquema imunossupressor e ICIQ (p = 0,04), timoglobulina e OAB (p = 0.009), uso de duplo J e ICIQ (p = 0,014), infecção por citomegalovírus e OAB (p = 0,031) e International Prostate Symptom Score (IPSS) (Escore Internacional de Sintomas Prostáticos) (p = 0,008). Das comorbidades, foi observada insuficiência cardíaca relacionada aos escores OAB (p = 0,009) e ICIQ (p = 0,003). Qui-quadrado apontou associação entre uso de álcool e grupo 1 do OAB (p = 0,005). O teste de Pearson correlacionou positivamente tempo de isquemia do enxerto com ICIQ (p = 0,04). Conclusão: A prevalência de sintomas do trato urinário inferior é maior em transplantados renais do que na população geral, e foi possível determinar fatores preditivos para sua ocorrência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Xavier JMRP, Jesus TD, Andrade MC, Rezende AJB, Santos KM, Ambrósio BM, et al. Comparação entre o número de transplantes de órgãos sólidos e tecidos realizados no brasil durante o primeiro semestre de 2019 e 2020. Braz J Health Rev. 2021;4(2):6214-23. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-176

Garcia VD. Dimensionamento dos transplantes no Brasil e em cada estado (2015-2022). Registro Brasileiro de Transplantes. 2022 [08 Jan 2024];XXIX(4):3. Disponível em: https://site.abto.org.br/wp-content/uploads/2023/03/rbt2022-naoassociado.pdf

Ferreira SRFG. Disfunção do aparelho urinário baixo em doentes transplantados renais e influência de fatores pré-transplante. Porto. Dissertação [Mestrado Integrado em Medicina] – Universidade do Porto; 2012 [08 Jan 2024] Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/66040/2/30572.pdf

Rodrigues NS, Martins G, Silveira AO. Family experience of living with children and adolescents with bladder and bowel dysfunction. Rev Bras Enferm. 2020;73 Suppl 4. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0805

Indra W, Harrina ER. Factors associated with postoperative voiding dysfunction post renal transplantation. Transplant Proc. 2020;52(10):3197-3203. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2020.04.1817

Mitsui T, Moriya K, Morita K, Iwami D, Kitta T, Kanno Y, et al. Risk factors for lower urinary tract dysfunction and symptoms after successful renal transplantation. Ann Transplant. 2015;24(20):757-63. https://doi.org/10.12659/AOT.895515

Chuang P, Parikh CR, Langone A. Urinary tract infections after renal transplantation: a retrospective review at two US transplant centers. Clin Transplant. 2005;19(2):230-5. https://doi.org/10.1111/j.1399-0012.2005.00327.x

Pellé G, Vimont S, Levy PP, Hertig A, Ouali N, Chassin C, et al. Acute pyelonephritis represents a risk factor impairing longterm kidney graft function. Am J Transplant. 2007;7(4):899-907. https://doi.org/10.1111/j.1600-6143.2006.01700.x

Boaretto JA, Mesquita CQ, Lima AC, Prearo LC, Girão MJBC, Sartori MGF. Comparação entre oxibutinina, eletroestimulação do nervo tibial posterior e exercícios perineais no tratamento da síndrome da bexiga hiperativa. Fisioter Pesqui. 2019;26(2):127-36. https://doi.org/10.1590/1809-2950/17020026022019

Lee SWH, Chan EMC, Lai Y. The global burden of lower urinary tract symptoms suggestive of benign prostatic hyperplasia: a systematic review and meta-analysis. Sci Rep. 2017;7:7984. https://doi.org/10.1038/s41598-017-06628-8

Egan KB. The epidemiology of benign prostatic hyperplasia associated with lower urinary tract symptoms. Urol Clin North Am. 2016;43(3):289-97. https://doi.org/10.1016/j.ucl.2016.04.001

Almeida LS, Faria RS, Cordeiro PM, Oliveira MBS, Pereira RMO, Araujo VSC, et al. Hiperplasia prostática e os principais sintomas do aparelho genito-urinário na população masculina de Coari – Amazonas, Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde. 2020;12(8). https://doi.org/10.25248/reas.e3360.2020

Coyne KS, Wein A, Nicholson S, Kvasz M, Chen CI, Milsom I. Comorbidities and personal burden of urgency urinary incontinence: a systematic review. Int J Clin Pract. 2013;67(10):1015-33. https://doi.org/10.1111/ijcp.12164.

De Ridder D, Roumeguère T, Kaufman L. Urgency and other lower urinary tract symptoms in men aged ≥ 40 years: a Belgian epidemiological survey using the ICIQ-MLUTS questionnaire. Int J Clin Pract. 2015;69(3):358-65. https://doi.org/10.1111/ijcp.12541

Fierz K, Steiger J, Denhaerynck K, Dobbels F, Bock A, De Geest S. Prevalence, severity and correlates of alcohol use in adult renal transplant recipients. Clin Transplant. 2006;20(2):171-8. https://doi.org/10.1111/j.1399-0012.2005.00460.x

Bradley CS, Erickson BA, Messersmith EE, Pelletier-Cameron A, Lai HH, Kreder KJ, et al. Evidence of the impact of diet, fluid intake, caffeine, alcohol and tobacco on lower urinary tract symptoms: a systematic review. J Urol. 2017;198(5):1010-20. https://doi.org/10.1016/j.juro.2017.04.097

Chiu AF, Liao CH, Wang CC, Wang JH, Tsai CH, Kuo HC. High classification of chronic heart failure increases risk of overactive bladder syndrome and lower urinary tract symptoms. Urology. 2012;79(2):260-5. https://doi.org/10.1016/j.urology.2011.10.020

Oliveira CMC, Cerqueira JBG, Santos DCO, Mota MU, Andrade SA, Girão ES, et al. Infecção urinária pós-transplante renal e uso de cateter ureteral duplo J. Braz J Transplant. 2011;14(4):1598-602. https://doi.org/10.53855/bjt.v14i4.214

Sousa SR, Galante NZ, Barbosa DA, Pestana JOM. Incidência e fatores de risco para complicações infecciosas no primeiro ano após o transplante renal. J Bras Nefrol. 2010;32(1):77-84. https://doi.org/10.1590/S0101-28002010000100013

Baptista APM, Silva Junior HT, Pestana JOM. Influence of deceased donor hemodynamic factors in transplant recipients renal function. J Bras Nefrol. 2013;35(4):289-98. https://doi.org/10.5935/0101-2800.20130048

Pozza BP, Farias JS, Farias L, Feijó AM, Viegas AC, Schwartz E. Utilização das medicações imunossupressoras pelas pessoas com transplante renal. Rev Pesqui. 2017;9(4):1145-53.

Tizo JM, Macedo LC. Principais complicações e efeitos colaterais pós-transplante renal. UNINGÁ Rev. 2015;24(1):62-70.

Scheffel TB, Schroeder RB, Keitel E, Neumann JM, Weber LP. Infecção citomegálica pós-transplante renal. Braz J Transplant. 2024;18(1):16-25. https://doi.org/10.53855/bjt.v18i1.122

Requião-Moura LR, Matos ACC, Pacheco-Silva A. Cytomegalovirus infection in renal transplantation: clinical aspects, management and the perspectives. Einstein (São Paulo). 2015;13(1):142-8. https://doi.org/10.1590/S1679-45082015RW3175

Sutcliffe S, Rohrmann S, Giovannucci E, Nelson KE, De Marzo AM, Isaacs WB, et al. Viral infections and lower urinary tract symptoms in the Third National Health and Nutrition Examination Survey. J Urol. 2007;178(5):2181-5. https://doi.org/10.1016/j.juro.2007.06.041

Publicado

2024-03-13

Como Citar

Gomes Sobrinho, D. H., Tomaz, K. J. S. ., Schwamback, G. R., Rodrigues, R. G. S., & Santos, A. C. P. dos. (2024). Prevalência de Sintomas Miccionais e Fatores Preditivos em Transplantados Renais em um Centro Transplantador Brasileiro. Brazilian Journal of Transplantation, 27. Recuperado de https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/562

Edição

Seção

Artigo Original