RELATO DE CASO DE HISTOPLASMOSE EM TRANSPLANTE RENAL
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v10i4.350Palavras-chave:
Transplante Renal, Histoplasma Capsulatum, ImunosupressãoResumo
Este relato descreve o caso de uma paciente de 44 anos branca, mantida em programa de hemodiálise de 2001 a 2005, quando então recebeu transplante renal de doador falecido, terapia imunossupressora inicial constando de Tacrolimus, Prednisona e Micofenolatomofetil, sendo que, no momento da internação, as doses utilizadas eram, respectivamente: 3mg 12/12h, 10mg/dia e 500mg 12/12h. Dois anos após o transplante, a paciente apresentou quadro de lesão papular no lábio superior à direita, que inicialmente apresentou cicatrização espontânea, sem que o diagnóstico tivesse sido estabelecido, não tendo sido avaliada pela equipe de transplante que a acompanhava. Posteriormente retornou com as mesmas lesões, agora com acometimento da asa nasal e lábio superior à esquerda, acompanhadas ainda de febre intermitente, tosse seca seguida de expectoração e disfonia. Foi internada para investigação etiológica, realizada biópsia das lesões nasal e transbrônquica que revelou presença de Histoplama capsulatun. Confirmado o diagnóstico, foi iniciado tratamento com Itraconazol 400mg/dia. No sétimo dia de internação, a paciente passou a apresentar quadro de vômitos incoercíveis, dor e distensão abdominal, parada da eliminação de fezes e flatus, oligúria e hipotensão arterial com piora da função renal, além de hipoalbuminemia e acidose metabólica. Tendo evoluído com severa instabilidade hemodinâmica e importante insuficiência respiratória, a paciente foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva, evoluindo para óbito 24 horas depois. A histoplasmose é uma complicação importante no pós-transplante e deve ser sempre lembrada em nosso meio, por ser o Brasil uma área endêmica e pela trágica evolução que a patologia pode apresentar.