PREVALÊNCIA DE DIAGNÓSTICO PRÉ-OPERATÓRIO DE CARCINOMA HEPATOCELULAR EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE HEPÁTICO, REALIZADOS NO HOSPITAL SANTA ISABEL DE BLUMENAU-SC EM 2008, E ASSOCIAÇÃO COM A CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA POR EXAME ANATOMOPATOLÓGICO
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v14i1.193Palavras-chave:
Carcinoma Hepatocelular, Cirrose Hepática, Transplante de FígadoResumo
Introdução: Carcinoma hepatocelular (CHC) é a neoplasia hepática de maior prevalência em humanos. Nas últimas décadas houve um aumento na incidência desse tumor, em consequência do número crescente de indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C (VHC) e pelo aumento na sobrevida de pacientes cirróticos. Algumas das ferramentas utilizadas na detecção de CHC são: ultrassonografia (US), tomografia computadorizada (TC) e dosagem sérica da alfa-fetoproteína (AFP). O transplante hepático (TH) pode ser empregado como medida terapêutica de CHC em pacientes cirróticos, com tumor restrito ao fígado e em estágio precoce. Objetivos: Quantificar a prevalência pré-operatória de carcinoma hepatocelular, segundo os critérios da EASL (Associação Européia para Estudos das Doenças do Fígado) em receptores de transplante hepático e associar à confirmação diagnóstica por exame anatomopatológico, no Serviço de Transplante Hepático do Hospital Santa Isabel, de Blumenau-SC no ano de 2008. Métodos: Foram analisados retrospectivamente os dados clínicos de 71 receptores de transplante hepático, enfatizando a etiologia da indicação de TH, a dosagem sérica da AFP pré-operatória, e o diagnóstico anatomopatológico dos órgãos explantados. Resultados: A prevalência pré-operatória de CHC foi de 26,76%. Ao considerarmos valores de alfa-fetoproteína ≤ 20 ng/mL como valores normais, encontramos sensibilidade de 63,16% desse método diagnóstico. Em 73,68% dos casos, o diagnóstico pré-operatório de CHC foi confirmado pela análise anatomopatológica dos órgãos explantados. Conclusão: Tanto a prevalência pré-operatória de CHC, segundo os critérios da EASL, como a prevalência anatomopatológica de CHC dos órgãos explantados foram superiores às relatadas por outros estudos, possivelmente devido ao aumento nos casos de infecção pelo vírus da hepatite C ocorrido nos últimos anos, pelo aumento na sobrevida de pacientes com cirrose e pela implantação, desde o ano de 2006, do critério de pontuação do MELD segundo a PORTARIA Nº 1.160, DE 29 DE MAIO DE 2006. A prevalência de tumores incidentais e a sensibilidade diagnóstica do nível sérico da AFP foram similares aos encontrados por outros autores. A confirmação diagnóstica de CHC ocorreu em 73,68% dos casos, devido às limitações dos testes diagnósticos.