TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA PARA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA NA ERA DOS INIBIDORES DE TIROSINOKINASE: EXPERIÊNCIA DE CENTRO NA BAHIA
Palabras clave:
Leucemia Mielóide Crônica, Tratamento, TransplanteResumen
Introdução: Leucemia mielóide crônica corresponde aproximadamente a 15% das leucemias. É uma doença mieloproliferativa crônica clonal que pode aparecer em qualquer idade, mas seu pico de incidência ocorre em indivíduos entre a sexta e a sétima décadas de vida. Classicamente, evolui em três fases: crônica, acelerada e crise blástica. O diagnóstico é baseado na clínica, achados do sangue periférico e exame da medula óssea com análise citogenética e de biologia molecular. Atualmente, as terapêuticas mais utilizadas são inibidores de tirosinoquinase, como o mesilato de imatinibe, que revolucionou seu tratamento e transplante de células hematopoiéticas progenitoras, considerado por muitos autores o único método curativo. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes tratados para leucemia mielóide crônica, comparando resposta aos tratamentos em centro de referência na Bahia, no Nordeste brasileiro. Métodos: Foi conduzido estudo observacional descritivo, retrospectivo de corte transversal, onde analisamos 73 prontuários. Resultados: A mediana de idade foi de 39 anos, predominando o sexo masculino (69,9%) e cor não branca (64,4%). A fase clínica predominante foi crônica (78,1%), seguida pela acelerada (19,2%) e crise blástica (2,7%). As sobrevidas globais nos grupos tratados com mesilato de imatinibe e transplante corresponderam a 87,5% e 43,1%, respectivamente. As sobrevidas livres de progressão da doença nos mesmos grupos foram de 63,2% e 28,9%, respectivamente. Conclusão: Dessa forma, pode-se concluir que pacientes do sexo masculino com idade mediana de 39 anos não brancos e em fase crônica são o perfil epidemiológico predominante em pacientes tratados em centro de referência de Salvador. Ao se analisar as curvas de sobrevida global e livre de progressão da doença, conclui-se que o tratamento com mesilato de imatinibe apresenta melhor eficácia e menor mortalidade quando comparado ao transplante.