OS SENTIMENTOS DAS PESSOAS QUE AGUARDAM POR UM ÓRGÃO OU TECIDO NA FILA ÚNICA DE TRANSPLANTE
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v15i3.183Palabras clave:
Enfermagem, Sentimentos, Transplante de Órgãos, Lista de EsperaResumen
Objetivo: identificar os sentimentos das pessoas que aguardam por um órgão ou tecido em lista única de transplante. Método: trata-se de uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa, realizada junto a sete pessoas aguardando por transplante. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, na modalidade análise temática ou categorial. Resultados: da caracterização dos sujeitos, 57% são do sexo feminino, faixa etária entre 22 e 62 anos, média de espera por córnea, 2,1 anos e de rim, 3,8 anos. Foram identificados cinco núcleos de sentido no início da espera: prevaleceram sentimentos negativos como tristeza e incertezas diante do diagnóstico e a necessidade do transplante; as mudanças na vida despertaram sentimentos negativos de inutilidade, passividade e culpa relacionados às mudanças financeiras, lazer, liberdade, perspectiva de vida, bem como sentimentos positivos como esperança e superação pela valorização da família e da vida; no enfrentamento, a família foi o recurso mais acessado pelos sujeitos, emergindo sentimentos positivos de confiança e segurança; a assistência à saúde durante a espera foi tomada por sentimentos positivos para os que aguardam por rim e negativos para os que aguardam córnea, por não obtê-la; na ambivalência, revelaram-se sentimentos positivos que aproximam o desejo pela realização do transplante, e negativos que afastam motivados pela dualidade vida/morte, compaixão ao doador vivo; no apelo à vida foram revelados sentimentos positivos de esperança diante das mensagens de sensibilização para incentivo à doação de órgãos. Conclusão: independente do órgão, a espera pelo transplante é um momento estressante na vida dos sujeitos, desencadeando sentimentos múltiplos que precisam ser valorizados. Os resultados remetem a fomentar discussões na formação do enfermeiro e na prática assistencial sobre a importância da valorização da subjetividade das pessoas que aguardam por um transplante, a necessidade de educação em saúde durante a espera, bem como o aperfeiçoamento do Sistema de Captação de Órgãos e Tecidos.