Fatores Associados ao Tempo de Espera no Transplante Hepático

Autores

  • João Gabriel Vicentini Karvat Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Departamento de Medicina – Curitiba (PR) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7042-8147
  • Gabriela do Rego Monteiro Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Departamento de Medicina – Curitiba (PR) – Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5698-8634
  • Julia Gabriela Oliveira Marchiori Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Departamento de Medicina – Curitiba (PR) – Brasil.
  • Matteus Cesar Miglioli Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Departamento de Medicina – Curitiba (PR) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0181-1521
  • Natália Bernardi Ribeiro Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Departamento de Medicina – Curitiba (PR) – Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7341-6950
  • Jean Rodrigo Tafarel Hospital Universitário Cajuru – Departamento de Medicina Interna – Curitiba (PR) – Brasil. https://orcid.org/0000-0003-4610-9581

Palavras-chave:

Transplante de Fígado, MELD, Qualidade, Melhoria de Desempenho, Saúde, Lista de Espera

Resumo

Objetivos: O transplante hepático (TH) é a principal terapia para pacientes com cirrose ou insuficiência hepática fulminante. No entanto, há uma desproporção entre a demanda e a disponibilidade de órgãos, de modo que a mortalidade na lista de espera variou de 20 a 38% quando o único critério de alocação era o tempo de inclusão na lista de espera. O Brasil adotou então o escore Model for End-stage Liver Disease (MELD), com objetivo de priorizar pacientes com maior risco de morte para TH. Portanto, este estudo teve como objetivo determinar fatores associados ao tempo de espera para TH. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes adultos listados para TH de outubro de 2012 a dezembro de 2019 em um único estado do Brasil. Resultados: Foram analisados 1.262 pacientes no estudo [869 homens, 68,91%; mediana de idade, 53,33 ± 11,48 anos; mediana de tempo em lista de espera, 103,88 ± 162,05 dias; mediana do escore MELD Sódio (MELD-Na) de 22,41 ± 6,09]. A cirrose hepática alcoólica (n = 369; 29,24%) e a hepatite viral crônica (n = 295; 23,38%) foram os motivos mais prevalentes para TH. Os grupos sanguíneos O (n = 534; 42,31%) e A (n = 474; 37,56%) prevaleceram entre os receptores. A capital do estado e sua região metropolitana foram responsáveis por 91,20% (n = 1.151) de todos os transplantes de fígado realizados. A maioria dos doadores era falecida (n = 1.258; 99,68%). Pacientes com escores MELD-Na > 21 (p < 0,001), grupo sanguíneo não O (p = 0,002), idade < 53 anos (p = 0,003) e listados ≥ 2017 permaneceram ≤ 30 dias em lista de espera (p < 0,001). Conclusão: Um período ≤ 30 dias na lista de espera de TH foi associado a pontuações MELD-Na mais altas, idades mais baixas, grupos sanguíneos não O e listagens de TH antes de 2017.

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Publicado

2024-09-03

Como Citar

Karvat, J. G. V. ., Monteiro, G. do R., Marchiori, J. G. O., Miglioli, M. C., Ribeiro, N. B. ., & Tafarel , J. R. (2024). Fatores Associados ao Tempo de Espera no Transplante Hepático. Brazilian Journal of Transplantation, 27. Recuperado de https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/604

Edição

Seção

Artigo Original