Inibidores do Cotransportador de Sódio-Glicose 2 em Receptores de Transplante Renal – um Estudo Retrospectivo de Centro Único
Palavras-chave:
Proteínas de Transporte de Sódio-Glucose, Transplante de Rim, Diabetes MellitusResumo
Introdução: Considerando o aumento da incidência de diabetes pós-transplante e o elevado impacto cardiovascular entre os receptores de transplantes, este facto faz com que o uso de inibidores de SGLT2 nesse grupo seja atrativo devido aos seus benefícios cardiovasculares e renoprotetores. No entanto, há escassez de evidência nos receptores de transplante renal com diabetes devido a preocupações com possíveis danos ao enxerto renal e efeitos adversos. Métodos: Este estudo retrospectivo foi elaborado para avaliar a eficácia e segurança dos inibidores de SGLT2 em receptores de transplante renal (KTRs). O foco principal foi avaliar o seu impacto em parâmetros como níveis de hemoglobina A1c, índice de massa corporal (IMC), perfil lipídico, níveis de hemoglobina, função do enxerto renal (taxa de filtração glomerular estimada) e relação proteína/creatinina urinária. Resultados: Um total de 75 pacientes receptores de transplante renal foram incluídos em nossa investigação. O estudo abrangeu um período de observação mediano de 18 (2,0–71,0) meses. A taxa média de filtração glomerular estimada no início foi de 61,9 (26–120) mL/min/1,73 m2 e permaneceu estável durante o acompanhamento. A mediana da HbA1c diminuiu de 7,5 para 7,0% (IC 95%; p<0,002). A melhora significativa no IMC (IC 95%; p<0,001) e no perfil lipídico (IC 95%; p<0,05) também foram observados. A taxa média de hemoglobina no início foi de 13,5g/dL e melhorou modestamente no final do acompanhamento para 13,7g/dL (p=0,12). Em relação à relação proteína/creatinina urinária, os níveis aumentaram ligeiramente, mas não significativamente [+0,05 g/g (p=0,9)]. Numa análise de subgrupo post-hoc, a taxa de infecções do trato urinário foi baixa (10%). Nenhum outro efeito colateral foi observado durante o curso do tratamento. Conclusões: Este estudo demonstra que a administração de inibidores de SGLT2 é viável e bem tolerada, sem efeitos colaterais notáveis em receptores de transplante renal. No entanto, a questão de saber se a inibição do SGLT2 pode efetivamente reduzir a mortalidade cardiovascular e melhorar a sobrevida do enxerto nesses pacientes permanece a ser explorada em estudos subsequentes.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Joana Freitas, José Teixera Francisco, Miguel Trigo Coimbra, Renata Carvalho, Sara Vilela, José Luís Silvano, Catarina Ribeiro, Jorge Malheiro, Sofia Pedroso, Manuela Almeida, Isabel Fonseca, La Salete Martins
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.