Mulheres após Transplante de Órgãos Sólidos: Um Olhar Sobre a Saúde Ginecológica

Autores

  • Cássia Raquel Teatin Juliato Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Ciências Médicas – Departamento de Obstetrícia e Ginecologia – Campinas, São Paulo, Brasil.
  • José Paulo Guida Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Ciências Médicas – Departamento de Obstetrícia e Ginecologia – Campinas, São Paulo, Brasil.
  • Fernanda Surita Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Ciências Médicas – Departamento de Obstetrícia e Ginecologia – Campinas, São Paulo

Palavras-chave:

Transplante, Mulheres, Prevenção primária, Prevenção secundária, Neoplasias ginecológicas, Contracepção

Resumo

O aumento na sobrevida após o transplante e o crescimento da população feminina receptora de órgãos destacam a importância de considerar cuidadosamente a saúde reprodutiva e ginecológica dessas mulheres. Uma das principais preocupações é o risco aumentado de câncer após o transplante, atribuído em parte ao uso de terapia imunossupressora. Cânceres ginecológicos com alta associação com infecções virais, como câncer de colo uterino, devem receber cuidados e rastreios específicos, em especial entre mulheres mais jovens. Além disto, o caráter imunoprevinível do câncer de colo uterino torna a vacinação mandatória antes da realização do transplante. O câncer de mama, outro câncer ginecológico de especial interesse por sua alta prevalência, deve ser rastreado na população transplantada, seguindo as diretrizes da população geral. A fertilidade e o planejamento familiar também
são considerações importantes, pois a maioria das mulheres apresenta o retorno da ovulação e da menstruação após o transplante. Estratégias de contracepção, como métodos de longa ação reversíveis, são recomendadas devido à sua eficácia e baixa taxa de falhas. O uso de contraceptivos hormonais e imunossupressores também devem ser avaliados, enfatizando a necessidade de observar cuidadosamente as possíveis interações medicamentosas. A abordagem integrada à saúde ginecológica das mulheres após um transplante de órgão sólido possibilita melhores resultados, tanto para a saúde do enxerto quanto para a saúde ginecológica daquela mulher, revertendo em melhores desfechos para a paciente. O acompanhamento e a vigilância cuidadosa, a prevenção do câncer e a gestão eficaz da fertilidade e contracepção são cruciais para garantir sua qualidade de vida e bem-estar.

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Publicado

2023-12-11

Como Citar

Juliato, C. R. T., Guida, J. P. ., & Surita, F. (2023). Mulheres após Transplante de Órgãos Sólidos: Um Olhar Sobre a Saúde Ginecológica. Brazilian Journal of Transplantation, 26. Recuperado de https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/544

Edição

Seção

Artigo de Revisão