Status Hemodinâmico Transoperatório e Retardo da Função do Enxerto: Análise de 42 Transplantes Renais Consecutivos
Palavras-chave:
Transplante Renal, Função Retardada do Enxerto, Fatores de Risco, Fenômenos HemodinâmicosResumo
Objetivo: Avaliar a correlação entre o estado hemodinâmico transoperatório e o desenvolvimento da função retardada do enxerto (FRE) em pacientes submetidos a transplante renal. Métodos: Foram analisados 42 transplantes renais consecutivos entre maio de 2021 e maio de 2022 em um Hospital Universitário. Quatro tipos de variáveis foram estudadas. Variáveis relacionadas ao receptor: idade, sexo, raça, tipo de diálise, tempo de diálise antes do transplante e diurese residual. Variáveis relacionadas ao doador: idade, nível de creatinina sérica, causa do óbito, raça, lateralidade do rim (rim direito ou esquerdo), solução de perfusão utilizada e Kidney Donor Profile Index (KDPI). Variáveis cirúrgicas: Tempo de Isquemia Fria (TIF), multiplicidade vascular, cirurgião, duração da cirurgia e pressão arterial durante o procedimento. Variáveis imunológicas: Painéis Reativos de Anticorpos (PRA), incompatibilidades de HLA e necessidade de terapia de indução com timoglobulina. Resultados: Em análise univariada, os fatores relacionados significativos foram: tipo de diálise (hemodiálise) (p=0,004) e ausência de diurese residual (p=0,011). Entre os doadores, apenas a lateralidade do rim (rim direito) foi estatisticamente significativa (p=0,005). O tempo de isquemia fria maior que 24 horas (p=0,022), pressão arterial sistólica (PAS) menor que 130 mmHg na reperfusão (p<0,001), pressão arterial média (PAM) menor que 80 mmHg na reperfusão (p<0,001), e a média das PAMs pós-reperfusão (p=0,049) foram os fatores cirúrgicos significativos. Dentre os fatores imunológicos, apenas o uso de timoglobulina foi significativo para FRE (p=0,036). Apenas PAM < 80 mmHg (p=0,004) e PAS < 130m mmHg (p=0,005) foram fatores de risco independentes para FRE. Conclusão: Em nosso estudo, a ótima perfusão renal, evitando a queda da pressão arterial no transoperatório, principalmente após a reperfusão do enxerto, demonstrou ser fundamental para o funcionamento imediato do rim.
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