Critérios de Seleção para Transplantação Hepática e Modalidades Terapêuticas como Ponte na Falência Hepática Aguda
Palavras-chave:
Falência Hepática Aguda, Prognóstico, Suporte Vital Extracorpóreo, Transplante de FígadoResumo
Introdução: A escassez de órgãos para transplantação hepática impõe uma seleção criteriosa dos doentes com falência hepática aguda. Vários modelos de prognóstico foram desenvolvidos para selecionar os doentes para transplantação. Essa síndrome pode evoluir rapidamente para falência multiorgânica. Assim, vários sistemas de suporte hepático extracorporal foram aperfeiçoados, com o objetivo de fazer a ponte para transplantação ou assegurar a recuperação do doente. Objetivos: Rever os principais critérios de seleção para transplantação hepática nos doentes com falência hepática aguda, incidindo sobretudo sobre os novos marcadores. Identificar os critérios de mau prognóstico associados a futilidade terapêutica. Rever os principais sistemas de suporte hepático extracorporal, analisando o seu impacto na sobrevida dos doentes com falência hepática aguda. Métodos: A pesquisa foi realizada na MEDLINE e Pubmed entre 16 de outubro de 2021 e 5 de dezembro de 2021. Os critérios de inclusão foram: doentes adultos; doentes com lesão hepática aguda ou falência hepática aguda; estudos observacionais; estudos clínicos; séries de casos clínicos; estudos caso-controle; revisões sistemáticas; meta-análises. Discussão: Os critérios de King’s College têm sido amplamente utilizados. No entanto, apesar de boa especificidade, apresentam sensibilidade reduzida. Vários marcadores foram utilizados para melhorar a sua acuidade prognóstica, mas sem resultados claros até ao momento. Vários estudos apontaram a idade do doente, a incompatibilidade ABO e má qualidade do enxerto como potenciais fatores para futilidade terapêutica. Os sistemas de suporte hepático extracorporal têm influência positiva nos parâmetros clínicos e laboratoriais; no entanto, não demonstram claro aumento da sobrevida desses doentes. Conclusão: Este estudo permite concluir que a falência hepática aguda é uma síndrome heterogénea, o que prejudica a qualidade dos estudos efetuados para avaliar o impacto dos critérios de prognóstico na sobrevida dos doentes com falência hepática aguda, mas também tem limitado os estudos efetuados para avaliar o impacto dos sistemas de suporte hepático extracorporal na sobrevida.
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