PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO EM GERAL E DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A FORMA DE OBTENÇÃO DE ÓRGÃOS PARA TRANSPLANTE: A PERSPECTIVA MERCADOLÓGICA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v21i1.71Palavras-chave:
Doação de Órgãos, Doação de Tecidos, TransplanteResumo
Objetivo: Apresentar as percepções de profissionais de saúde e da população em geral com relação à forma de obtenção de órgãos, em especial a abordagem de mercado. Métodos: Buscamos apresentar os dados relativos à percepção dos participantes de forma desinteressada e com a inclusão do envolvimento de necessidade pessoal ou familiar para obtenção de órgãos para fins de transplante, utilizando a abordagem de mercado. Para atender aos objetivos deste estudo, foi elaborado um questionário para coletar a opinião dos participantes. Sua distribuição foi realizada pessoalmente de forma aleatória, e também foi elaborada uma versão eletrônica divulgada via página no Facebook. A análise das respostas obtidas foi discutida ao nível de 5% de significância e consideradas significativas quando o valor de p foi <0,05. Resultados: Ao todo, 692 pessoas participaram da pesquisa. Na categoria do profissional de saúde há maior tendência do que na população em geral em discordar dos incentivos indiretos relacionados à redução de impostos e licença remunerada de 30 dias. Estas foram as únicas associações significativas referentes aos profissionais da saúde. A maioria dos participantes (80,1%) concordou que a doação de órgãos deve ser um ato desinteressado e estritamente solidário, mas 52% acreditam que o mercado poderia ser um sistema justo e benéfico para todos. Em uma situação extrema de carência absoluta de órgãos, 54,9% dos participantes indicaram que pagariam por um órgão o para salvar sua vida ou a vida de algum familiar. Conclusão: Coletivamente, os participantes apoiam amplamente a doação solidária, condenam a possibilidade de pagamento ou remuneração associada à captação, mas a maioria das pessoas pagaria para obter um órgão em caso de extrema necessidade pessoal ou de seus familiares. Isto demonstra a necessidade de um aprofundamento da reflexão sobre os aspectos éticos associados às questões envolvidas na captação de órgãos para fins de transplantes.