TRANSPLANTE HEPÁTICO NA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE INDUZIDA POR IMATINIBE
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v21i4.59Palavras-chave:
Imatinibe, Transplante Hepático, Insuficiência HepáticaResumo
AMM, sexo feminino, 40 anos, portadora de leucemia mieloide crônica (LMC), em uso de Imanitibe 400 mg/dia desde o diagnóstico da doença, em 13/06/2016; foi internada no dia 21/01/2018 para investigação, com história de icterícia, náuseas e vômitos em grande quantidade há uma semana da data da internação. Após seis dias, a paciente foi diagnosticada com insuficiência hepática aguda grave, apresentava-se ictérica 4+/4+ e com bilirrubina de 5,41 g/dL, albumina de 2,8, INR de 4,1, ascite moderada, creatina s rica de 0,7mg/dL. O transplante foi realizado 13 dias após a internação com fígado de doador falecido, com morte encefálica. Procedimento foi realizado sem intercorrências. Imatinibe é um inibidor seletivo da BCR-ABL tirosina quinase, uma enzima que tem atividade na Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e tumores estromais gastrointestinais. A droga é metabolizada no fígado pelo sistema de enzimas CYP3A4, e gera muitos metabólitos ativos. Reportamos um caso de uma mulher de 40 anos, em uso de Imatinibe por um ano e sete meses até o reconhecimento de sua hepatoxicidade. Na literatura, recomenda-se que sejam feitos testes de função hepática antes do início do tratamento de LMC, e que tais parâmetros sejam monitorizados mensalmente ou segundo recomendações clínicas. Além disso, é possível observar que há boa recuperação da hepatotoxicidade de alguns pacientes apenas com a parada da droga, se as alterações hepáticas forem diagnosticadas a tempo. O manejo mais eficiente da LMC após o transplante ainda não foi estabelecido. No caso reportado, o uso de PRISMA antes, durante e após o transplante pode ter sido responsável pelo bom prognóstico.