Resultados da Prova Cruzada por Citometria de Fluxo pelo Protocolo Halifax de Acordo com o MFI do Anticorpo e o Alvo HLA
Palavras-chave:
Prova Cruzada, Citometria de Fluxo, Single Antigen Beads, Protocolo HalifaxResumo
Introdução: A principal estratégia para reduzir a imunogenicidade dos enxertos transplantados é buscar a máxima compatibilidade entre os aloantígenos no par doador-receptor. Entende-se que a prova cruzada virtual (VXM) pode ser uma boa ferramenta na avaliação da dupla doador/receptor e que uma aplicação mais ampla desses protocolos melhorará a avaliação do risco imunológico pré-transplante. O objetivo deste estudo foi correlacionar os resultados das provas cruzadas por citometria de fluxo (FCXM), observando os diferentes valores médios de intensidade de fluorescência (MFI) e o alvo dos anticorpos doador específicos (DSA), com a probabilidade de uma prova cruzada positiva. Usamos para isso o protocolo Halifax de prova cruzada por citometria de fluxo. Métodos: Foram realizados um total de 15.217 FCXM entre 2015 e 2019. Todos foram testados pelo protocolo Halifax Flow Cytometer Crossmatch (FCXM), com células de doadores falecidos e soro de receptores renais. Para esta análise, selecionamos apenas as amostras que apresentavam um ou dois DSAs por locus (N = 1.081) quando o MFI estava acima de 1.000. Esses foram divididos de acordo com o grupo alélico reconhecido pelo anticorpo (anti-HLA-A, B, C, DR ou DQ) observando a probabilidade de uma prova cruzada positiva com diferentes valores de MFI dos DSAs. As combinações entre eles também foram analisadas da mesma forma (N=175). Resultados: Na presença de um DSA exclusivo contra os grupos alélicos A, B e DR, com índice MFI acima de 5.000, todos os FCXM foram positivos. Com anticorpos exclusivamente contra os grupos C ou DQ, todos os casos com DSAs acima de 15.000 MFIs foram positivos. Com dois ou mais DSAs anti A e/ou B, e/ou DR, quando suas somas de MFIs excederam 5.000, todos os resultados de FCXM contra células B foram positivos. A presença de DSA anti-Classe I (A, B e A+B), independentemente do valor de MFI, foi responsável por 71% (N=424 de 601) da positividade de células T e 77% (N=460 de 661) nas células B. A presença apenas de DSAs anti Classe II (DR e DQ) foi responsável por 55% (N=168 de 303) da positividade FCXM em células B. A média geral do MFI dos DSAs foi maior no grupo FCXM positivo quando comparado ao crossmatch negativo. O grupo com somatória de DSAs A (N=217) mostrou que quando a soma era de 4.000 MFIs ou mais havia uma probabilidade 24 vezes maior de uma prova cruzada positiva de células B quando comparado com MFIs menores. Conclusões: Nossos resultados mostram uma forte associação entre o DSA MFI e o resultado do FCXM. Os dados aqui apresentados confirmam os resultados dos nossos estudos anteriores, justificando o padrão VXM utilizado pelo nosso centro, revelando-se uma boa ferramenta para agilizar a seleção de receptores de transplantes e facilitar a distribuição de órgãos de dadores nacionais.
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