BALANÇO HÍDRICO NO POTENCIAL DOADOR DE MÚLTIPLOS ÓRGãOS EM CENTRO DE REFERÊNCIA DE TRAUMA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v22i2.44Palavras-chave:
Obtenção de Tecidos e Órgãos, Transplantes, Morte EncefálicaResumo
Introdução: A abordagem agressiva e efetiva ao potencial doador beneficia quantitativamente e qualitativamente o transplante de múltiplos órgãos. Diante das alterações fisiológicas da morte encefálica, o equilíbrio hemodinâmico protagoniza na otimização desse grupo. Objetivo: Avaliar o balanço hídrico e outros parâmetros do perfil hemodinâmico de pacientes diagnosticados com morte encefálica na UTI com relação ao contexto clínico do transplante de múltiplos órgãos. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo e transversal dos pacientes diagnosticados com morte encefálica, durante 2013 a 2014, na UTI do centro de referência em trauma do estado de Pernambuco. Os dados foram extraídos de modo sistematizado dos prontuários dos pacientes e as variáveis do perfil geral, clínico e hídrico sintetizadas através da frequência absoluta e relativa. Resultados: De 41 diagnósticos de morte encefálica, 34 potenciais doadores foram analisados, dos quais 15 (44%) efetivaram a doação de órgãos. O traumatismo cranioencefálico, o sexo masculino e a faixa etária de 41 a 50 anos foi predominante no grupo. Os órgãos mais captados para doação foram rins e fígado, e não houve transplante pulmonar. Todos estavam em uso de drogas vasoativas e o balanço hídrico foi altamente positivo, tanto no primeiro quanto no segundo dia de avaliação do potencial doador falecido. Conclusão: Apesar da hiper-hidratação, a efetivação dos transplantes tem resultado acima da média neste centro. A permissividade do balanço hídrico fortemente positivo é justificada pela ausência de centro especializado no transplante pulmonar na região. O controle rigoroso do perfil hemodinâmico do potencial doador de órgãos aumenta a viabilidade do transplante e deve ser adaptado e sistematizado à realidade de cada localidade.