IMPACTO DA COVID-19 EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE HEPÁTICO
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v24i3.417Palavras-chave:
Transplantação Hepática, COVID-19, Complicações pós-operatóriasResumo
Introdução: Devido pandemia COVID-19 e ao facto dos recetores de transplante hepático serem uma população imunodeprimida, iniciou-se discussão sobre o risco acrescido nesta população: existe controvérsia na identificação de fatores de pior prognóstico, mas também no manuseamento da imunossupressão de manutenção e terapia específica para a COVID-19. Objetivo: O presente trabalho pretende analisar publicações (casos e séries) sobre fatores demográficos de risco, imunossupressão de base e manuseamento, terapia específica para COVID-19 e resultados em transplantados hepáticos. Material e Métodos: Foi realizada pesquisa nas bases de dados MEDLINE e PubMed. Foram identificados 127 artigos e 55 incluídos na análise quantitativa final. Utilizaram-se os testes chi-quadrado, correlação de spearman e regressão logística para análise estatística. As análises descritivas são apresentadas com número e percentagem, juntamente com média e intervalo de alcance. Resultados: Foram analisados 111 casos clínicos (95 adultos e 16 pediátricos). No que diz respeito a adultos, 69.47% eram homens, e a média da idade foi de 58.73 anos. As comorbilidades mais comuns foram: obesidade/excesso de peso (35.79%), hipertensão arterial (33.68%) e diabetes (27.37%). Os imunossupressores mais utilizados foram o tacrolimus (TAC) (74.74%) e micofenolato mofetil (MMF) (45.26%). Quarenta e um doentes (43.16%) apresentaram complicações durante o tratamento e 12 (12.63%) necessitaram de ventilação invasiva. A taxa de mortalidade referente à população adulta foi de 20%. Quanto à população pediátrica, 43.75% eram rapazes e a idade média foi de 1.28 anos. O imunossupressor mais utilizado foi o TAC (93.75%). Apenas quatro doentes (25%) apresentaram complicações e três (18.75%) precisaram de ventilação invasiva. A mortalidade da população pediátrica foi de 18.75%. Conclusão: Idade avançada, diabetes, neutrofilia e o uso de ventilação foram associados a pior prognóstico. Elevados níveis de proteína C reativa e linfopenia foram associados a severidade da doença. O uso de MMF foi associado a choque sístico durante o internamento. A mortalidade nos transplantados hepáticos infetados com COVID-19 foi superior à da população em geral.
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