BIÓPSIA ENDOMIOCÁRDICA DE PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE CARDÍACO: ESTUDO DESCRITIVO DO PROCEDIMENTO E ANÁLISE HISTOLÓGICA DOS FRAGMENTOS
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v8i1.409Palavras-chave:
Procedimentos cirúrgicos cardiovasculares, Transplante, Rejeição celular, Biópsia endomiocárdica, Transplante cardíacoResumo
Objetivo: descrever a técnica empregada, as complicações e as alterações histológicas de pacientes submetidos à biópsia endomiocárdica no pós-operatório de transplante cardíaco. Métodos: estudo transversal de 232 procedimentos de biópsia endomiocárdica do ventrículo direito em 38 pacientes que foram submetidos a transplante cardíaco entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002. Os critérios de exclusão foram: óbitos hospitalares (sem realização de biópsia) e dados incompletos para preenchimento de protocolo. Resultados: A técnica empregada foi a da punção da veia jugular interna direita. O biótomo utilizado foi o de 2,2 x 510mm e a localização de sua ponta confirmada por fluoroscopia. Obtiveram-se, em média, 5,1 fragmentos por biópsia. Dez biópsias (4,3%) não foram interpretadas. Em 42 procedimentos (18,1%) não foi evidenciada rejeição (grau 0), segundo a classificação da sociedade internacional. Sendo que entre as rejeições, a mais comum foi a aguda, focal e discreta (grau IA) – 55 %. Até seis meses após o implante, o grau IA foi de 41,2% e o grau IB (difusa e discreta) de 32,4%. A partir do sexto mês, os graus foram de 56% e 12,5%, respectivamente. Ocorreram nove complicações (3,8%). A mais comum foi o hemopericárdio com necessidade de drenagem pericárdica (1,3%). Conclusões: A biópsia endomiocárdica do ventrículo direito foi um procedimento realizado com baixa morbidade, sendo a principal complicação o hemopericárdio. Pela avaliação do grau histológico de rejeição aguda, o principal tipo foi o grau IA, sendo 41,2% até seis meses e 56% após seis meses do transplante cardíaco.