RELEVÂNCIA CLÍNICA DE BAIXOS TÍTULOS DE ALOANTICORPOS PREFORMADOS DETECTADOS EM PROVA CRUZADA SOMENTE POR CITOMETRIA DE FLUXO NO PRÉ-TRANSPLANTE RENAL
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v8i3.385Palavras-chave:
Aloanticorpos, Transplante Renal, Citometria de Fluxo, Prova CruzadaResumo
Objetivo: Avaliar a importância da prova cruzada pré-transplante positiva por citometria de fluxo e identificar subgrupos com potencial benefício para o primeiro ano pós-transplante renal. Pacientes e Métodos: Foram estudados 157 transplantes renais realizados após prova cruzada negativa por citotoxicidade contra linfócitos T e B. O soro pré-transplante foi retestado por citometria. Os desfechos clínicos foram: não-função primária (n=14; 8,9%), função retardada (n=107; 68,1%), rejeição aguda (n=68; 43,3%) e perda do enxerto (n=25; 15,9%), óbito (n=16; 10,2%) e sobrevida do enxerto. A função do enxerto foi avaliada pela creatinina. Foram estudados subgrupos: pré- sensibilizados (n=24); diabetes (n=29), rim+pâncreas (n=22), doador limítrofe (n=55), hipersensibilizados (n=8) e re-transplantes (n=8). Foram empregados testes do Qui Quadrado ou exato de Fisher, t Student e Kaplan Meier. Para análises bivariadas considerou-se P<0,05 e para interações (Cochran-Mantel-Haentzel) P<0,10. Resultados: Houve 30% (n=47) de citotoxicidade negativa contra linfócitos T e 36% (n=56) contra B que eram positivas na citometria. As características gerais e eventos clínicos pós-transplante foram semelhantes entre os pacientes citometria negativa e positiva. Pacientes pré-sensibilizados com citometria positiva tiveram creatinina superior (2,0+0,7 x 1,3+0,3 mg/dl; P=0,020) e menor sobrevida do enxerto (80% x 43%; P=0,074) em um ano comparados aos pré-sensibilizados com citometria negativa. A interação pré-sensibilização e citometria positiva foi significativa para perda do enxerto (OR=9,1; P=0,098) e óbito (OR=12,1; P=0,088). Os demais grupos não tiveram benefício na investigação por citometria. Conclusão: Pré-sensibilizados com prova cruzada positiva por citometria têm creatinina mais elevada e maior risco para perda do enxerto e óbito no primeiro ano pós-transplante renal.