INFECÇÃO PELO HERPES VIRUS HUMANO TIPO 6 (HHV6) EM UM GRUPO DE RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v9i3.366Palavras-chave:
Citomegalovirus, Herpes Vírus 6, Transplante Renal, Infecção ViralResumo
Com o advento de imunossupressores mais potentes, infecções virais têm se tornado uma importante complicação pós-transplante. Apesar do herpes vírus tipo 6 (HHV6) ser um patógeno freqüente na população humana, a prevalência de infecção e a associação com complicações pós-transplante permanece controversa. Objetivo: Identificar a prevalência de infecção pelo HHV6, fatores de risco e complicações após transplante renal. Métodos: Foi realizada PCR para HHV6 em amostras de sangue de 71 receptores de transplante renal, em média 12 meses pós-transplante, e comparadas com um grupo controle de 112 indivíduos saudáveis, doadores de sangue. Resultados: a prevalência de PCR positivo para HHV6 foi significativamente maior no grupo de transplantados renais (36% vs.11%, p<0.05). Para a identificação de fatores de risco e de complicações da infecção pelo HHV6 pós-transplante, os pacientes foram divididos em dois grupos: HHV6 positivo e HHV6 negativo. Os grupos foram semelhantes na comparação dos parâmetros demográficos, sorologia para hepatite B, C ou CMV, medicação imunossupressora ou uso de terapia de indução. Entretanto, o grupo HHV6+ apresentou maior incidência de leucopenia, elevação de aminotransferases, doença por citomegalovírus sintomática e outras infecções virais associadas. Apesar da baixa incidência de rejeição aguda em ambos os grupos, a taxa de filtração glomerular foi menor no grupo HHV6+ ao final de dois anos de acompanhamento. Conclusão: A infecção por HHV6 foi mais freqüente em receptores de transplante renal que na população controle, e apresentou associação com maior incidência de infecção sintomática por CMV e outras infecções virais, além de redução de taxa de filtração glomerular.