ALTERAÇÕES METABÓLICAS, HIPERTENSÃO ARTERIAL E FUNÇÃO RENAL EM TRANSPLANTADOS RENAIS COM O USO DE TACROLIMO OU CICLOSPORINA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v9i2.358Palavras-chave:
Ciclosporina, Tracolimo, Dislipidemias, Hipertensão, Diabetes MelitusResumo
Objetivo: Avaliar os eventos metabólicos adversos de hipertensão arterial e o resultado da função renal de pacientes transplantados renais recebendo ciclosporina neoral ou tacrolimo em um serviço ambulatorial no Brasil. Métodos: Todos pacientes consecutivos com transplante renal realizado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz entre março/2000 e dezembro/2003 foram englobados neste estudo. Dividimos os pacientes em grupos I (24 pacientes tomando tacrolimo) e II (23 pacientes tomando ciclosporina neoral). Comparamos os eventos metabólicos adversos de hipertensão arterial e o resultado da função renal. Resultados: Os dois grupos eram comparáveis no início do estudo referente a idade, sexo, raça, doença renal primária e peso. Os níveis de colesterol total (186,6±42 x 244,1±48,1 p= 0,002; mg/dl), LDL (98,01±23,3 x 153,2±41,5 p= 0,011; mg/dl) e triglicérides (181,2±91,1 x 292,5±258,1 – p= 0,012; mg/dl) foram significativamente menores no grupo tacrolimo do que no grupo ciclosporina. A necessidade do uso de hipolipemiantes foi maior no grupo da ciclosporina (70 vs 26%, p= 0,04). Mais pacientes usando ciclosporina apresentaram hipertensão arterial (60 vs17%, p= 0,009). A freqüência de diabetes mellitus não foi diferente entre os dois grupos (24,1 vs 16,6%). O nível sérico de creatinina no terceiro mês nos pacientes usando tacrolimo foi significativamente menor do que em pacientes tomando ciclosporina (1,15 vs 1,4 - p= 0,009; mg/dl). Conclusão: Pacientes recebendo imunossupressão de manutenção com tacrolimo, comparados com os que usam ciclosporina têm melhor função renal e menos fatores de risco cardiovascular.