TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICO E UROPATIA OBSTRUTIVA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v7i4.319Palavras-chave:
Transplante Renal, Uropatia obstrutiva, Uropatia, Pediatria Terapia de substituição renalResumo
Uropatia obstrutiva é causa freqüente de insuficiência renal crônica na infância. Protocolo clínico e cirúrgico que viabilize a reconstrução do trato urinário antes do transplante é fundamental no prognóstico do enxerto. Objetivo: comparar função e sobrevida do enxerto em pacientes com e sem uropatia e descrever a evolução daqueles com ampliação vesical. Método: estudadas 62 crianças transplantadas entre 1990 e 2000, no Hospital Pequeno Príncipe, Curitiba, Paraná, com mais de 6 meses de seguimento, 32 (51,6%) com uropatia, todas submetidas à avaliação urológica antes e após o transplante. Resultados: 68% das crianças estudadas eram do sexo masculino, com idade de 12,1 ± 4 anos (média ± desvio-padrão). Não houve diferença significativa entre uropatas e não-uropatas em relação a sexo, idade, mortalidade, tipo de doador, compatibilidade, rejeição aguda e crônica, perda do enxerto e clearance de creatinina. Infecção do trato urinário ocorreu somente no grupo dos uropatas. Nesse grupo foi realizada nefrectomia unilateral pré-transplante em 8,6% dos pacientes e bilateral em 82,8%; ampliação vesical em 37,1% e conduto para cateterismo em 45,7%. O estudo urodinâmico evidenciou diferença significativa na capacidade e na complacência vesical antes e após a ampliação e após o transplante. As crianças com ampliação vesical não apresentaram maiores taxas de refluxo vésico-ureteral ou litíase mas apresentaram maior incidência de infecção do trato urinário e de hidronefrose. Conclusão: um protocolo clínico-cirúrgico diferenciado para crianças com uropatia, que contemple diagnóstico e correção no pré-transplante e a evolução no pós-transplante, está relacionado com uma evolução favorável e com bom prognóstico do enxerto.