REGRESSÃO DE LINFOMA GÁSTRICO MALT EM TRANSPLANTE RENAL APÓS CONVERSÃO DA IMUNOSUPPRESSÃO PARA SIROLIMO
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v11i4.310Palavras-chave:
Transplante Renal, Linfoma Malt, ImunosupressãoResumo
O linfoma não-Hodgkin de células B é a disfunção linfo-proliferativa mais comum após transplante de órgão sólido e seu tratamento não é bem definido. Reportamos um caso de linfoma gástrico MALT com remissão rápida, persistente e completa após conversão da imunossupressão de ciclosporina (CsA) para sirolimo (SRL). Uma mulher de 42 anos submetida a transplante renal em 1992 evoluiu sem maiores anormalidades até 2006, quando uma gastroscopia executada para investigar sintomas dispépticos mostrou uma associação de linfoma gástrico MALT (com componentes de baixo e alto graus) com uma infecção por Helicobacter pylori(H.pylori). Foram realizadas duas intervenções terapêuticas com intervalo de uma semana: tratamento da infecção por H. pylori (associação de omeprazol, amoxicilina e claritromicina por 14 dias) e modificação da imunossupressão, substituindo a CsA e azatioprina (AZA) por SRL. Ecoendoscopia de controle executada um mês depois mostrou persistência da infecção por H. pylori e ausência do tumor gástrico. Novas ecoendoscopias executadas aos dois, sete meses e um ano após a terapia confirmaram a ausência da neoplasia e erradicação do H. pylori. Atualmente, a paciente não apresenta queixas, com valores de creatinina de 1,8 mg/dl, fazendo uso de SRL e ibersatan. A SRL tem sido extensivamente estudada como droga anticancerígena, atuando como inibidor do mTOR (mammalian target of rapamycin). Dados acumulados na literatura suportam o papel do mTOR na linfomagênese. Pelo que sabemos, este é o primeiro relato de linfoma gástrico MALT em paciente submetido a transplante renal com remissão completa após alteração do esquema de imunossupressão com a introdução de SRL.