AVALIAÇÃO DOS TRANSPLANTADOS HEPÁTICOS NO ESTADO DE SANTA CATARINA NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2002 A JANEIRO DE 2008
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v12i3.267Palavras-chave:
Transplante de Fígado, Taxa de Sobrevida, Prognóstico, Insuficiência Hepática, Cirrose Hepática, SepseResumo
Objetivo: Avaliar os transplantados hepáticos no estado de Santa Catarina no período de agosto de 2002 a janeiro de 2008. Método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, em que o critério de inclusão foi o paciente ter sido submetido ao transplante hepático há no mínimo um ano. O estudo foi realizado através da coleta de dados secundários pelos prontuários dos pacientes durante a permanência hospitalar por motivo de transplante. Foram buscados dados epidemiológicos (idade, sexo, cidade de origem, indicação do transplante hepático); escore MELD e classificação Child-Turcotte-Pugh pré-transplante; complicações pós-transplante; causas do óbito e evolução daqueles transplantados (ocorrência de re-transplante, sobrevida e tempo de internação hospitalar e em UTI). A coleta dos dados foi realizada de outubro de 2008 a fevereiro de 2009. Resultados: A média de idade obtida em nosso estudo foi de 50,1 anos. Dentre os transplantados, 77% eram do sexo masculino. Quanto à procedência, 26,2% eram de Blumenau, 66,3% vieram de outras cidades do estado de Santa Catarina, e 7,4% dos pacientes residiam em outros estados. Dos 187 pacientes submetidos ao transplante hepático, 48,7% foram classificados como Child-Pugh B, 35,8% como C, sendo apenas 15,5% classificados como Child-Pugh A. Na avaliação MELD, 39,6% foram classificados como menor que 18, e 60,4% dos pacientes com MELD maior ou igual a 18. A causa prevalente de indicação para transplante hepático foi cirrose (65,7%). Entre as complicações, observou-se que alguns pacientes apresentaram mais que uma. As mais prevalentes são as infecções, com 135 casos, seguidas de complicações pulmonares com 43 casos, e de complicações clínicas com 33 casos. A média de tempo de internação hospitalar e de permanência em UTI foi de 14,6 e 4,8, dias respectivamente. A letalidade desde o início dos transplantes até o término da pesquisa foi de 33,7%, onde choque séptico representou 50,8% das causas. Conclusão: O estudo demonstrou que os dados obtidos foram congruentes em sua maioria com os apresentados pela literatura, comprovando ser este um serviço em evolução com casuística de bons resultados e uma expressiva melhora em relação a dados de publicações anteriores.