TERAPIA DE INDUÇÃO COM TIMOGLOBULINA VERSUS ANTICORPO MONOCLONAL ANTI - IL2R - UMA ANÁLISE PAREADA EM TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDO
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v14i2.200Palavras-chave:
Transplante Renal, Imunosupressão, Doador Falecido, Globulina Antilinfocitária, Anticorpos MonoclonaisResumo
Introdução: A timoglobulina é um anticorpo policlonal utilizado na terapia de indução em transplante (Tx) renal e que tem sido associado à redução na incidência de função retardada do enxerto (DGF) e rejeição aguda. Objetivo: Comparar terapia de indução com timoglobulina versus anticorpos monoclonais anti-IL2R em uma análise pareada de transplantes renais com doador falecido. Métodos:Todos os rins pareados de doador falecido no período de 2006-2008, onde um dos rins foi alocado para um paciente recebendo timoglobulina (grupo 1) e o seu par foi alocado para um paciente recebendo anticorpo monoclonal anti-IL2R (grupo 2) foram incluídos neste estudo retrospectivo. As taxas de DGF e rejeição aguda, a função renal e a incidência de doença por citomegalovírus (CMV), no primeiro ano de transplante, foram avaliadas. Resultados: Foram incluídos 94 receptores, idade média 38,4 anos, 60,6 % do sexo masculino e tempo médio em diálise 4,11 anos. Não houve diferença estatística entre os dois grupos em relação à idade e sexo do receptor, número de mismatches HLA, anticorpos reativos contra painel (PRA) e tempo de isquemia fria (TIF). O protocolo imunossupressor inicial consistiu de micofenolato mofetil e inibidor de calcineurina (tacrolimus: 88,3%) e prednisona em 62% dos pacientes. Em relação aos doadores, 63,8% eram do sexo masculino, idade média 30,9 anos, creatinina sérica 1,17 mg/dl, causas da morte encefálica: traumatismo crânio-encefálico em 48,9% e acidente vascular cerebral em 19,1%. A função renal avaliada pela creatinina aos três, seis e doze meses pós-Tx, a incidência de DGF (56,6 vs 63,0%) e de CMV doença (10,9 vs 15,2%) não foi estatisticamente diferente entre os grupos. A taxa de rejeição aguda foi significativamente menor no grupo da timoglobulina (19,6 vs 45,7%; p = 0,008). Conclusão: A terapia de indução com timoglobulina associou-se com uma redução significativa na incidência de rejeição aguda no primeiro ano de transplante nessa coorte de receptores de rins pareados de doador falecido. Não foi detectada redução na taxa de DGF e não houve impacto na função renal/ incidência de CMV doença com o uso da timoglobulina.