CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS PROTEGEM CONTRA A LESÃO RENAL AGUDA INDUZIDA POR ÁCIDO FÓLICO
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v15i2.178Palavras-chave:
Lesão Renal Aguda, Células-Tronco Mesenquimais, Imunomodulação, Ácido FólicoResumo
A insuficiência renal aguda (IRA) constitui uma síndrome responsável por grande parte das falências renais agudas e continua hoje associada a um alto índice de mortalidade. Desencadeada principalmente por processos de isquemia e reperfusão no órgão e drogas nefrotóxicas, essa síndrome é caracterizada fisiologicamente por uma perda repentina da função do órgão e dano estrutural histológico denominado necrose tubular aguda. Diante da busca por terapias mais eficazes, tem-se focado intensamente na possibilidade do uso de células-tronco na lesão renal. As células-tronco mesenquimais derivadas de medula óssea, em especial, têm recebido grande atenção devido às suas propriedades imunomoduladoras, e seus mecanismos terapêuticos estão sendo intensamente estudados na literatura. Objetivo: Em vista de estudos recentes, nosso trabalho buscou maior compreensão sobre o papel das células- tronco mesenquimais derivadas de medula óssea em um modelo murino de lesão renal aguda induzida por ácido fólico. Métodos: Camundongos C57Bl/6 (oito semanas) foram submetidos a lesão renal aguda por ácido fólico (200mg/kg de massa corporal) administrado intraperitonealmente. Após 24 horas, os animais receberam células-tronco mesenquimais (5.105 células por animal) via injeção intravenosa pelo plexo retro-orbital. Os animais foram sacrificados após 24 horas e amostras de sangue e rins foram colhidas para análise. Resultados: Os animais tratados com células apresentaram melhora funcional representada pela redução dos níveis de creatinina e uréia sérica em camundongos C57Bl/6j, em comparação a animais tratados somente com AF. Esses dados correlacionam- se com a menor expressão do RNAm de citocinas pró-inflamatórias tais como TNF-a ,IL-6 e IL-1b nos rins dos animais tratados com células. Ainda, os animais tratados com células demonstraram níveis de proliferação celular por imunohistoquímica de PCNA e tendência a uma maior razão de mRNA de Bcl2/Bax, indicando maiores índices de regeneração tecidual e proteção contra apoptose induzida por lesão. Conclusão: Esses resultados indicam que as células-tronco mesenquimais derivadas de medula óssea são uma ferramenta importante no tratamento à lesão renal nefrotóxica.