O EMPREGO DO BALÃO DE SEGSTAKEN-BLAKEMORE PODE EVITAR O BLOQUEIO DO EFLUXO VENOSO POR TORÇÃO DO FÍGADO IMPLANTADO

Autores

  • Ilka Fatima Santana Ferreira Boin Universidade Estadual de Campinas – Hospital das Clínicas – Unidade de Transplante de Fígado – Campinas/SP – Brasil.
  • Elaine Cristina Ataide Universidade Estadual de Campinas – Hospital das Clínicas – Unidade de Transplante de Fígado – Campinas/SP – Brasil.
  • Maria Fernanda Chaim Correa Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Ciências Médicas – Campinas/SP – Brasil.
  • Cristina Aparecida Arrivabene Caruy Universidade Estadual de Campinas – Hospital das Clínicas – Unidade de Transplante de Fígado – Campinas/SP – Brasil.
  • Derli Munhoz Universidade Estadual de Campinas – Hospital das Clínicas – Unidade de Transplante de Fígado – Campinas/SP – Brasil.
  • Adilson Roberto Cardoso Universidade Estadual de Campinas – Hospital das Clínicas – Unidade de Transplante de Fígado – Campinas/SP – Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.53855/bjt.v18i3.131

Palavras-chave:

Transplante de Fígado, Oclusão com Balão, Torção Mecânica

Resumo

O transplante de fígado de tamanho reduzido pode acarretar aumento de risco, levando à obstrução venosa hepática. O transplante de fígado de tamanho reduzido utilizando redução ou divisão do enxerto ex-vivo tornou-se um procedimento padrão em crianças. Alguns casos foram descritos na literatura após uso bem sucedido do balão de Sengstaken-Blakemore na vigência de obstrução do efluxo venoso. Seu uso em transplante total ortotópico de fígado (TTOF) foi pouco relatado. O objetivo deste trabalho foi relatar o manejo bem sucedido da obstrução venosa aguda após TTOF utilizando um tubo de Sengstaken-Blakemore inserido na fossa hepática direita sob o fígado. Relato de Caso: Paciente de 51 anos de idade com cirrose hepática por vírus C e alcoolismo, Child-Pugh “C’, com escore MELD=24, foi submetido a TTOF pela técnica piggy-back. A proporção do peso corporal do doador e do receptor foi de 1,38 (65/90 kg). O peso do receptor do fígado foi de 1.152g e o fígado do doador foi de 992g. Após a reperfusão, observou-se obstrução do efluxo venoso supra-hepático com resolução total após rotação no sentido horário do enxerto, porém redução do fluxo venoso após novo deslocamento do fígado para a fossa hepática direita e redução da pressão arterial média. Após cinco tentativas, um tubo Sengstaken-Blakemore foi inserido no espaço subfrênico direito e os balões gástricos e esofágicos foram inflados para manter o enxerto na posição da linha média, com normalização da pressão arterial média e do efluxo venoso com o fígado melhorando sua coloração e consistência. Embora os dados sobre as medidas hemodinâmicas tenham sido mantidos durante o período da UTI, realizou-se ultrassonografia Doppler diária para observar o fluxo venoso mantido. No quarto dia, o balão gástrico foi desinsuflado e nenhuma anormalidade sistêmica foi detectada. O balão de Sengstaken-Blakemore com balões desinflados foi removido aplicando-se ligeira tração. Posteriormente, realizou-se estudo ecográfico para demonstrar o fluxo venoso mantido e o fígado numa posição hemodinamicamente correta, sem interferência mecânica na saída venosa hepática. O paciente teve alta e estão em boas condições. Conclusão: O tubo de Sengstaken-Blakemore foi uma boa ferramenta para melhorar o efluxo venoso do fígado devido a problemas de torção do fígado na fossa hepática direita, e pode evitar reoperações.

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Publicado

2015-06-01

Como Citar

Boin, I. F. S. F., Ataide, E. C., Correa, M. F. C., Caruy, C. A. A., Munhoz, D., & Cardoso, A. R. (2015). O EMPREGO DO BALÃO DE SEGSTAKEN-BLAKEMORE PODE EVITAR O BLOQUEIO DO EFLUXO VENOSO POR TORÇÃO DO FÍGADO IMPLANTADO. Brazilian Journal of Transplantation, 18(3), 85–87. https://doi.org/10.53855/bjt.v18i3.131

Edição

Seção

Relato de Caso