INFECÇÃO FÚNGICA NO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS ABDOMINAIS, COM FOCO EM INTESTINAL E MULTIVISCERAL – REVISÃO DA LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v18i1.123Palavras-chave:
Infecção, Micose, Transplante, Intestino DelgadoResumo
A natureza das infecções após os transplantes de órgãos sólidos mudou, significativamente, com o advento de potentes esquemas imunossupressores, o uso rotineiro de profilaxia antimicrobiana e os avanços das técnicas de diagnóstico microbiológico. Novos patógenos estão sendo identificados nessa população, incluindo vários com significante perfil de resistência a antimicrobianos. Cada tipo de enxerto apresenta riscos de infecções particulares, sendo os transplantes de intestino e multivisceral importantes exemplos disso. Entretanto, os padrões gerais de infecção são similares a todos os transplantes de órgãos sólidos. As infecções nessas situações podem ser divididas em categorias: relacionadas ao doador, relacionadas ao receptor, infecções adquiridas na comunidade e infecções relacionadas à assistência à saúde. A cronologia das infecções após transplante é determinada pela natureza e intensidade das exposições epidemiológicas individuais e do estado de equilíbrio da imunossupressão. A escassez de estudos epidemiológicos das infecções pós-transplantes de intestino e multivisceral ainda mantêm sua compreensão, mais no estado da arte do que como ciência. O objetivo deste estudo é descrever os dados epidemiológicos das infecções fúngicas pós-transplantes de intestino e multivisceral. Os agentes mais prevalentes nos transplantes de intestino e multivisceral foram: Candida spp. e Aspergillus spp. Os principais sítios de infecção foram: sítio cirúrgico, intra-abdominal, corrente sanguínea, cateter venoso central, urinário e respiratório. Os fatores de risco identificados foram: rejeição aguda, dose alta de imunossupressão, uso de dispositivos invasivos, cirurgias extensas e reoperação, enxerto contaminado, infecção prévia e paciente hospitalizado no período pré-transplante.