ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR PRÉ E PÓS-TRANSPLANTE PELA ESCALA DE FRAMINGHAM
DOI:
https://doi.org/10.53855/bjt.v19i2.106Palavras-chave:
Doenças Cardiovasculares, Transplante, Medição de RiscoResumo
Mortalidade cardiovascular é a principal causa de perda de enxerto após o transplante renal. Objetivo: Avaliar o risco de eventos cardiovasculares, utilizando o escore de Framinghan pré e 12 meses pós transplante renal. Métodos: Estudo retrospectivo, avaliando banco de dados de transplantes renais realizados entre janeiro/2010 e janeiro/2012. Critérios de inclusão: idade > 18 anos, rim funcionante ao final de um ano. Exclusão: perda de enxerto ou óbito < 12 meses. Parâmetros demográficos e laboratoriais foram coletados pré e pós 12 meses, e o escore de Framinghan foi calculado nos mesmos pontos. Ecocardiograma pré-transplante também foi avaliado. Resultados: De 230 transplantes renais realizados no período de estudo, 167 preencheram os critérios de inclusão, e 63 foram excluídos por perda de enxerto e/ou óbito do receptor < 12 meses (n=29) ou dados insuficientes para análise. Os pacientes avaliados eram na maioria homens (64,6%), com idade de 47,9+11,1 anos e receptores de rim de doador falecido (97%). Ecocardiograma mostrou fração de ejeção de 67,5 + 6,6%, hipertrofia ventricular esquerda em 98%, porém com calcificação valvar rara (2,5%). O escore de Framinghan foi comparável pré e pós-transplante (16,4+14,9 vs. 18,3+17,2, p=ns), porém com diferença significativa na análise individual dos parâmetros. Os indicadores de risco mais importantes pré-transplante foram pressão arterial, HDL colesterol baixo e tabagismo, enquanto que, ao final de um ano, destacou-se a presença de diabetes, colesterol total elevado e uso de medicação anti-hipertensiva. Conclusão: No período precoce após o transplante, normalização da função renal, recuperação de hematócrito e recuperação nutricional resultam em maior ganho ponderal, porém com piora dos parâmetros metabólicos, principalmente de colesterol total, triglicérides e ácido úrico, o que mantém o risco estimado pelo escore de Framinghan semelhante ao observado pré-transplante.