Brazilian Journal of Transplantation https://bjt.emnuvens.com.br/revista <p> </p> <p> </p> Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) pt-BR Brazilian Journal of Transplantation 2764-1589 Ocorrência de Infecção do Trato Urinário em Pacientes após Transplante Renal https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/649 <p><strong>Introdução:</strong> A Sociedade Brasileira de Nefrologia estimou que cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil tinham doença renal crônica em 2019. Em 2022, 5.303 transplantes renais foram realizados no país, destacando-se o município de Juiz de Fora como um dos maiores centros de referência em transplantes renais. <strong>Objetivos:</strong> O objetivo deste trabalho é avaliar a ocorrência de infecções no trato urinário de pacientes pós-transplante, bem como o tipo de infecção. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de estudo transversal, quantitativo e retrospectivo, no qual dados dos prontuários dos pacientes que realizaram transplante renal de 2019 a 2022 foram analisados. <strong>Resultados:</strong> Do total de 537 transplantes renais realizados nesse período, foram observadas 64 infecções do trato urinário associadas ao cateter vesical nos primeiros 30 dias pós-transplante, com maior incidência nos primeiros 5 dias. A maior parte dos microrganismos observados pertence à microbiota humana, indicando que a causa pode estar relacionada ao cateterismo, ao ambiente hospitalar ou ao próprio paciente. As infecções são causadas por bactérias resistentes aos antibióticos trimetoprima e sulfametoxazol, como <em>Escherichia coli</em>, <em>Klebsiella</em> sp. e <em>Serratia</em> sp. <strong>Conclusão:</strong> O trabalho aponta que é necessário melhorar a manipulação dos pacientes e materiais, visando reduzir as infecções, principalmente em função do alto grau de resistência a antibióticos dos microrganismos observados.</p> Elisa Camila de Souza e Silva Sibely de Paula Guilherme Cristina Nantes Miranda André Luiz Silva Alvim Gustavo Fernandes Ferreira Thiago Cesar Nascimento Ana Paula Machado da Rocha Copyright (c) 2025 Elisa Camila de Souza e Silva, Sibely de Paula Guilherme, Cristina Nantes Miranda, André Luiz Silva Alvim, Gustavo Fernandes Ferreira, Thiago Cesar Nascimento, Ana Paula Machado da Rocha https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-03 2025-02-03 28 Perfil Epidemiológico de Candidatos à Doação em um Centro de Referência de Transplante Cardíaco Pediátrico https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/652 <p><strong>Introdução:</strong> O transplante cardíaco (TxC) é o tratamento-padrão para doença cardíaca em estágio terminal. A adoção dessa terapêutica é limitada a fatores relacionados ao doador e ao receptor, além de haver peculiaridades inerentes à sua realização na população pediátrica. Devido à disparidade entre oferta e demanda de órgãos, a mortalidade durante a espera por um TxC é alta nessa faixa etária, variando de 17 a 30% no mundo. Mesmo assim, cerca de 40% dos corações listados não são utilizados em nível mundial. A alta taxa de recusa se explica pela falta de uniformidade na avaliação, no aceite e na recusa das ofertas no TxC em pediatria. Sabe-se que os fatores do doador e do receptor interagem entre si de forma complexa, exigindo uma análise conjunta para definir se o órgão disponível naquele momento é adequado ao paciente em questão. <strong>Objetivos:</strong> Identificar o perfil epidemiológico de candidatos à doação de coração ofertados a um centro de referência de TxC pediátrico do sul do Brasil. <strong>Métodos:</strong> Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo. A amostra foi formada por prontuários de potenciais doadores ofertados de janeiro de 2021 a dezembro de 2023. <strong>Resultados:</strong> Foram 205 órgãos ofertados no período, sendo oito excluídos da análise devido à falta de dados. A média de idade dos pacientes foi de 19,5 anos, sendo 67,5% do sexo masculino. Radiografia ou tomografia de tórax não foi disponibilizada em 38,6% dos casos. O total de 56,3% tinha eletrocardiograma, dos quais 45% apresentavam alteração, e 29,4% não tinham ecocardiograma. Dos ecocardiogramas, 22,3% apresentavam disfunção. O total de 88,8% dos pacientes estava em uso de droga vasoativa e 61,9% apresentavam infecção ativa. Foram recusados 92,9% dos órgãos. <strong>Conclusão:</strong> Verificou-se uma taxa de recusa superior à estimativa mundial, o que pode ser resultado da ausência de informações sobre parâmetros relevantes relacionados ao doador no momento da oferta. Também se nota a prevalência de dados que sugerem algum grau de disfunção cardíaca nos potenciais doadores.</p> Ana Laura Camargo Sturm Bruno Hideo Saiki Silva Copyright (c) 2025 Ana Laura Camargo Sturm, Bruno Hideo Saiki Silva https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-14 2025-02-14 28 Efeitos Renais Tardios de COVID-19 em Receptores de Transplante Renal: Estudo Unicêntrico https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/654 <p><strong>Introdução:</strong> Durante a pandemia causada pela doença do coronavírus 2019 (COVID-19), os receptores de transplante renal apresentaram maiores taxas de hospitalização e mortalidade. No entanto, os dados sobre os efeitos renais tardios da infecção são escassos. <strong>Objetivos:</strong> Este estudo tem como objetivo descrever a evolução da função renal e proteinúria em receptores de transplante renal após a infecção. <strong>Métodos:</strong> Estudo de coorte prospectivo unicêntrico. O total de 321 receptores de transplante renal que sobreviveram à COVID-19 de março de 2020 a dezembro de 2022 foi incluído. Dados sobre função renal, proteinúria e imunossupressão foram analisados pré-infecção, 3 e 6 meses após a infecção. <strong>Resultados:</strong> A maioria dos pacientes era do sexo masculino (58,9%), com média de idade de 50 anos, receptor de rins de doadores falecidos (79,4%) e com mediana de tempo pós-transplante de 6,6 anos. Houve redução do nível de imunossupressão, de um escore de Vasudev pré-infecção de 4,66 para 4,50 (<em>p</em> &lt; 0,001) no 3º mês e 4,54 (<em>p</em> = 0,016) 6 meses pós-infecção. A taxa de filtração glomerular (TFG) permaneceu estável, em torno de 60 mL/min/1,73 m<sup>2</sup>. A porcentagem de pacientes com proteinúria ≥ 1,0 aumentou de 9,6% pré-infecção para mais de 13% (<em>p</em> &lt; 0,001) nos 3º e 6º meses após a infecção. Níveis mais elevados de proteinúria foram observados em receptores com maior tempo de seguimento pós-transplante, episódios de rejeição prévios, menor TFG estimada e maior prevalência de anticorpos anti-HLA doador-específicos. <strong>Conclusão:</strong> Os receptores de transplante renal com COVID-19 tiveram um aumento na proteinúria em 6 meses após a infecção, apesar de apresentarem TFG estável.</p> <p> </p> Bruno Teixeira Gomes Marcos Vinicius de Sousa Fernanda Garcia Bressanin Matheus Rizzato Rossi Marilda Mazzali Copyright (c) 2025 Bruno Teixeira Gomes, Marcos Vinicius de Sousa, Fernanda Garcia Bressanin, Matheus Rizzato Rossi, Marilda Mazzali https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-14 2025-02-14 28 O papel da Urina-1 e microscopia urinária no diagnóstico da injúria renal aguda https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/631 <p><strong>Introdução:</strong> A injúria renal aguda (IRA) é uma complicação comum na unidade de terapia intensiva. A urina-1 (U-1) é uma ferramenta frequentemente esquecida para avaliar IRA e, além disso, não existe um consenso baseado em evidências sobre seu uso. O objetivo do estudo foi investigar o papel da U-1 e da microscopia urinária (MU) no diagnóstico da IRA grave e a necessidade de terapia de substituição renal (TSR) em pacientes submetidos ao transplante hepático (TH). <strong>Métodos:</strong> Nossa hipótese foi determinar se os parâmetros urinários disponíveis, U-1 e MU, estão associados ao diagnóstico da IRA grave e à necessidade de TSR. Avaliamos U-1 e MU em 6 horas após o TH. O critério utilizado para o diagnóstico da IRA foi o Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO), baseado apenas na creatinina sérica em 1 semana. <strong>Resultados:</strong> Oitenta e sete pacientes desenvolveram IRA na 1ª semana após o TH. O diagnóstico de IRA grave (KDIGO 2 e 3) foi encontrado em 59 pacientes. Seis horas após o TH, as variáveis na U-1 foram preditoras de IRA grave, com área sob a curva [<em>area under the curve</em> (AUC)]: 0,65 para proteínas, 0,68 para leucócitos e 0,63 para eritrócitos. Na determinação de TSR, essas variáveis tiveram melhor desempenho com AUC: 0,72 para proteínas, 0,69 para leucócitos e 0,68 para eritrócitos. Os grupos não IRA e IRA apresentaram distribuição semelhante na MU. <strong>Conclusão:</strong> Parâmetros simples e usuais na prática clínica, como proteinúria, eritrocitúria e leucocitúria, podem ser ferramentas valiosas para o diagnóstico da IRA grave e da necessidade de TSR.</p> Camila Lima Luciana Severo Brandão Maria de Fatima Correa Etienne Macedo Copyright (c) 2025 Camila Lima, Maria de Fatima Correa , Etienne Macedo https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-03 2025-02-03 28 Biópsias de Tempo Zero no Transplante Renal de Doador Falecido: Valor Preditivo dos Achados Histológicos na Função do Enxerto a Longo Prazo https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/638 <p><strong>Introdução:</strong> As biópsias de tempo zero [<em>time-zero biopsies</em> (TzB)] fornecem informações sobre lesões provenientes do doador, mas seu valor preditivo para os resultados a longo prazo permanece incerto. O objetivo deste trabalho foi identificar fatores clínicos e histológicos das TzB de doadores falecidos que influenciam a taxa de filtração glomerular (TFG) aos 3 e 5 anos pós-transplante renal. <strong>Métodos:</strong> Analisámos retrospectivamente TzB realizadas de janeiro de 2015 a agosto de 2019. Foram excluídas 19 biópsias por óbito do receptor antes de 3 anos de seguimento. Avaliamos características relacionadas ao doador e receptor, além dos achados histológicos categorizados usando o sistema de escore de Banff. <strong>Resultados:</strong> Dentre 147 biópsias, 61,9% dos dadores eram do sexo masculino, com idade média de 51,8 ± 13,5 anos, e 27,2% eram doadores de critérios expandidos. A análise histológica revelou que 44,2% apresentavam alterações no escore de Banff crónico: 29,1% com alterações em Cv (<em>vascular fibrous intimal thickening</em>), 26,6% em Ah (<em>arteriolar hyalinosis</em>) e 8,3% em Ci (<em>interstitial fibrosis</em>)/Ct (<em>tubular atrophy</em>). A TFG média foi de 54,8 ± 21,2 e 52,3 ± 23,0 mL/min/1,73 m² aos 3 e 5 anos, respectivamente. Aos 3 anos, Ah &gt; 0, Ci/Ct &gt; 0, Cv &gt; 0, escore de Banff crônico &gt; 0, glomeruloesclerose, idade do doador &gt; 50 anos, doador de critérios expandidos e episódios de rejeição associaram-se significativamente a uma TFG mais baixa. Com exceção de Ci/Ct, todos os outros parâmetros também apresentaram associação significativa com TFG reduzida aos 5 anos. A regressão linear indicou que a idade do doador [β (IC95%) = -0,257 (-0,783, -0,021); <em>p</em> = 0,039] e hialinose arteriolar [β (IC95%) = -0,207 (-16,767, -0,448); <em>p</em> = 0,039] foram preditores de TFG aos 3 anos, sendo que a idade do doador manteve valor preditivo aos 5 anos [β (IC95%) = -0,276 (-0,776, -0,137); <em>p</em> = 0,006]. Observou-se uma tendência de valor preditivo para TFG aos 5 anos para glomeruloesclerose [β (IC95%) = -0,198 (-120,0, 1,038); <em>p</em> = 0,054]. <strong>Conclusão:</strong> As TzB fornecem informações prognósticas valiosas sobre a função do enxerto a longo prazo, sendo os achados histológicos (particularmente hialinose arteriolar e glomeruloesclerose) e a idade do doador preditores significativos da TFG aos 3 e 5 anos pós-transplante. Esses achados sugerem que as TzB podem ser úteis na estratificação de risco e na gestão personalizada de receptores de transplante renal.</p> Bárbara Beirão Henrique Borges Joana Trigo Medeiros Filipa Fonte Rodrigues Ana Pena Mário Góis Helena Viana Cristina Jorge Copyright (c) 2025 Bárbara Beirão, Henrique Borges, Joana Trigo Medeiros , Filipa Fonte Rodrigues , Ana Pena, Mário Góis, Helena Viana, Cristina Jorge https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-03 2025-02-03 28 Avanços no Transplante de Fígado no Brasil: Desafios e Oportunidades sob a Portaria GM/MS Nº 1.262 https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/637 Fabio Silveira Copyright (c) 2025 Fabio Silveira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-03 2025-02-03 28 Internacionalização do Brazilian Journal of Transplantation: Desafios e Estratégias https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/661 Ilka de Fátima Santana F. Boin Simone Bacilieri Edna Frasson de Souza Montero André Ibrahim David Copyright (c) 2025 Ilka de Fátima Santana F. Boin, Simone Bacilieri , Edna Frasson de Souza Montero, André Ibrahim David https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-02-03 2025-02-03 28